18 de Abril de 2004...um domingo para a história.

São Caetano do Sul

18/04/2024  

18 de Abril de 2004...um domingo para a história.

Pouco mais de vinte e cinco mil pessoas no saudoso Pacaembu, eterno palco do futebol paulista. O cenário assustava, pois o fantasma da Libertadores de dois anos atrás ainda rondava nossa mente.

Muita coisa era covardemente parecida para deixar tal cicatriz aberta e o coração palpitando em batidas aceleradas, mas naquela tarde tinha o sol que reluzia em nossos olhos e marejava nossa retina sensível pela atmosfera.

Muitos atores haviam vivenciado a decepção de outrora, mas a experiência do adverso trágico me conduzia a esperança de acreditar ser quase impossível um novo revés.

Não questionava justiça ou mesmo apelava para orações, meu foco sempre esteve na compensação do merecimento. A lei da consequência que estava mais do que na hora de se fazer presente para um projeto que já havia mostrado sua seriedade, lisura e competência, mas ainda faltava a “Glória”.

E ela começa a se tornar realidade quando o maestro Marcinho abre o placar e transforma a vantagem em números maiores que todos já obtidos em outras competições.

Olho para o tobogã na descida dos atletas para o intervalo e vejo alguns pessimistas insistindo em recordar a vidada do Olímpia. Só que neste domingo a descida do túnel levava uma diferença que era de 4x1 até o momento e a maturidade do grupo e força daquele povo abraçado com o manto azul nas arquibancadas apontavam para um final diferente.

E assim foi.

Uma segunda etapa de gala, sem sustos e ainda com mais um gol do guerreiro Mineiro, que muito refletia o sentimento do AD São Caetano. Um time do povo, criado pelo povo, com uma gestão que pensava no seu povo.

Minutos voavam no placar eletrônico e o imaginário de um projeto insano para muitos finalmente era real para o mundo do futebol.

O time que participou daquele jogo histórico de exatos vinte anos atrás foi Silvio Luiz, Thiago, Dininho e Serginho; Mineiro, Marcelo Mattos, Marcinho (Lúcio Flávio), Gilberto e Triguinho; Euller (Warley) e Fabrício Carvalho (Fábio Santos). O técnico era Muricy Ramalho, mas também não podemos esquecer de alguns outros atletas como Luiz, Paulinho, Marcos Aurélio, Zé Carlos, Ceará, Anailson, dentre outros.

A festa começou no Paulo Machado de Carvalho e tomou as ruas de São Paulo chegando a Avenida Goiás onde a cidade se reuniu como nunca mais vimos. Palmeirenses, corinthianos, santistas, são-paulinos e todos os outros torcedores juntos com a camisa azul da “joia rara do triângulo”.

Foram semanas onde por todos os clubes municipais ouvíamos e testemunhávamos o orgulho de ser Azulão.

Os anos se passaram e desde então somamos e vivemos momentos de tristezas, decepções, perdas e algumas conquistas que alimentaram a esperança desse povo que segue apaixonado, mesmo que desiludido.

Na realidade do competitivo esporte onde as vezes o fim é a única consequência para equívocos em sua gestão, o fato da existência já gera uma expectativa na possibilidade de seguir sonhando por dias melhores.

Acredito que o sentimento real não se acaba com adversidades e traumas por mais profundos são superados ao despertar de uma nova competição.

Parabéns a todos que contribuíram de alguma forma na campanha campeã de 2004.

E lá se foram vinte anos !!!

Luciano Luiz


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