Brasil 0x0 Venezuela – Uma seleção de coadjuvantes

Seleção Brasileira

18/06/2019  

Brasil 0x0 Venezuela – Uma seleção de coadjuvantes não sai do 0x0

Bem, aqui estamos para mais uma partida da seleção brasileira. Segunda rodada do grupo 1 onde o Brasil começou vencendo a Bolívia.

Desde a chegada aqui na Bahia o clima já se mostrou totalmente diferente do que senti em São Paulo. Tudo bem que a seleção não arrasta nenhuma multidão ou mesmo histerismo como há tempos atrás, mas percebo que o povo baiano encara o futebol de uma maneira mais tranquila, do jeito que acha que tem que ser, uma diversão e não um problema. O povão quer se divertir, cantar, dançar e sorrir...Sorria, você esta na Bahia.

Mas vamos para o jogo. Meia hora antes e o estádio não esta lotado mas já cheio e pintado de amarelo, como as cadeiras são verdes os espaços vazio contrastam com as camisas do Brasil e até enfeitam o cenário. Vou tentar ao longo desse texto não comparar o comportamento das torcidas em relação a São Paulo mas quero finalizar esse assunto dizendo que quando o placar anunciou a escalação do time o estádio inteiro gritou nome a nome...É festa !!!

Bem, para não dizer que tudo é cor de rosa na Fonte Nova o gramado infelizmente não esta em suas melhores condições. Jogadores argentinos e colombianos reclamaram bastante após a primeira partida e ontem por conta da forte chuva que caiu na cidade, nem houve aquele treino de reconhecimento de gramado.

Times em campo, hino a capela e total euforia. O público é bom, poderia ser ótimo mas, segue o jogo, aliás....Vamos para o jogo !!!

O time começa apertando a Venezuela e o torcedor vem junto mas logo a Venezuela busca segurar um pouco a bola para desacelerar o ímpeto brasileiro.

Quem imaginava a seleção da Venezuela somente esperando o Brasil se enganou. O adversário tem um coletivo muito forte e organizado.

A torcida joga junto e grita quando a bola esta com o Brasil e vaia na posse dos Venezuelanos...tá bacana.

O Brasil começa a se impor e as oportunidades começam a aparecer. O jogo é bom e o primeiro gol esta cada vez mais maduro.

Com direito a “ola” e vários gritos de exaltação a arquibancada dita o ritmo do jogo, principalmente quando a Venezuela tem posse de bola. A qualidade do jogo se dá exatamente ao comportamento do adversário que não fica somente na defesa e propõe o jogo o tempo inteiro.

Passamos dos trinta minutos e o jogo começa a ficar mais nervoso pois o Brasil não consegue marcar o primeiro gol e volta e meia a Venezuela aparece bem a frente do goleiro Alisson.

Imagino que não teremos vaias mas o torcedor começa a ficar um pouco ansioso para ver o primeiro gol, mesmo a seleção criando várias oportunidades.

Olha o gollllllllllll.....mas não valeu. Firmino fez falta no defensor e o juiz marcou. O jogo fica aberto, tanto para o Brasil que pressiona como para a Venezuela que começa a ter mais espaço no contra ataque.

Final de primeiro tempo em Salvador, alguns setores até ensaiaram uma vaia mas o absoluta maioria do estádio aplaudiu e inclusive arriscaram gritos de “Brasil, Brasil, Brasil”, agora é esperar que o gol saia na segunda etapa.

Times voltam e Tite tira Richarlison e coloca Gabriel Jesus. Rola a bola na Fonte Nova.

Opa, assim como aconteceu diante da Bolívia o jogo para logo no início da segunda etapa para uma consulta ao VAR...Hoje sim, hoje sim...hoje não. Segue o jogo 0x0.

Só para registrar, o torcedor definitivamente esta fazendo sua parte, canta o tempo inteiro e ainda vaia quando a Venezuela toca a bola. Só esta faltando o time retribuir esse carinho com uma apresentação mais eficiente.

Tite tira Casemiro e coloca Fernandinho aos doze minutos do segundo tempo.

Gol do Brasil, bela jogada de Gabriel Jesus e após bate rebate ele toca na saída do goleiro...opa, vamos ter VAR. Tempo de apreensão, vaias e “Hoje não” de novo. Após consulta ao seu equipamento o árbitro chileno marca impedimento.

E para deleite dos santistas entra na Venezuela o baixinho Soteldo. A torcida segue empurrando  mas já ouvimos gritos de “ah, é Cebolinha”. Tite ouviu e chamou o jogador para conversa. Sai David Neres e entra o querido da galera. Everton Cebolinha.

Sai a renda na Fonte Nova, 39.622 torcedores para R$ 8. 734. 480,00 reais.

Passamos dos trinta minutos do segundo tempo e o time segue sem conseguir furar a boa zaga venezuelana. E agora começamos a ver um adversário que deslumbra a oportunidade de empatar com a seleção brasileira, logo as quedas e as “contusões” afloram. O tempo passa.

O time brasileiro começa a externar uma certa ansiedade e errar passes. E com exatos trinta e nove minutos do segundo tempo a torcida começa a vaiar. Que não venham reclamar de falta de carinho pois  esta faltando futebol na Bahia.

Bela jogada de Everton pela direita e Coutinho desvia para dentro...gol do Brasil !!!

Calma que vai ter VAR de novo...opa, opa, opa...anulado de novo.

É um mix de decepção e revolta dos torcedores mas estamos vivenciando os novos tempos. Não queriam justiça plena no esporte, agora não reclamem.

Árbitro assinala mais sete minutos e vamos até cinquenta e dois minutos na segunda etapa.

Enquanto os brasileiros estão visivelmente nervosos a Venezuela  tenta cadenciar ao máximo nesses últimos minutos.

Fim de jogo na Fonte Nova...0x0.

Agora sim, um pouco de vaias e justíssimas eu entendo.

Uma seleção burocrática, de pouco brilho e totalmente previsível, assim foi o Brasil. Um grande aglomerado de jogadores globais que além de não serem e não terem condições de se tornarem protagonistas, ainda não justificam o real sentimento que essa camisa amarela aflora em tantos e tantos brasileiros.

Que venha o Peru. Sábado em Itaquera, São Paulo.


Luciano Luiz


Top