Brasil 0x0 Venezuela – Uma seleção de coadjuvantes não sai
do 0x0
Bem, aqui estamos para mais uma partida da seleção
brasileira. Segunda rodada do grupo 1 onde o Brasil começou vencendo a Bolívia.
Desde a chegada aqui na Bahia o clima já se mostrou
totalmente diferente do que senti em São Paulo. Tudo bem que a seleção não
arrasta nenhuma multidão ou mesmo histerismo como há tempos atrás, mas percebo
que o povo baiano encara o futebol de uma maneira mais tranquila, do jeito que
acha que tem que ser, uma diversão e não um problema. O povão quer se divertir,
cantar, dançar e sorrir...Sorria, você esta na Bahia.
Mas vamos para o jogo. Meia hora antes e o estádio não esta
lotado mas já cheio e pintado de amarelo, como as cadeiras são verdes os
espaços vazio contrastam com as camisas do Brasil e até enfeitam o cenário. Vou
tentar ao longo desse texto não comparar o comportamento das torcidas em
relação a São Paulo mas quero finalizar esse assunto dizendo que quando o
placar anunciou a escalação do time o estádio inteiro gritou nome a nome...É
festa !!!
Bem, para não dizer que tudo é cor de rosa na Fonte Nova o
gramado infelizmente não esta em suas melhores condições. Jogadores argentinos
e colombianos reclamaram bastante após a primeira partida e ontem por conta da
forte chuva que caiu na cidade, nem houve aquele treino de reconhecimento de
gramado.
Times em campo, hino a capela e total euforia. O público é
bom, poderia ser ótimo mas, segue o jogo, aliás....Vamos para o jogo !!!
O time começa apertando a Venezuela e o torcedor vem junto
mas logo a Venezuela busca segurar um pouco a bola para desacelerar o ímpeto
brasileiro.
Quem imaginava a seleção da Venezuela somente esperando o
Brasil se enganou. O adversário tem um coletivo muito forte e organizado.
A torcida joga junto e grita quando a bola esta com o Brasil
e vaia na posse dos Venezuelanos...tá bacana.
O Brasil começa a se impor e as oportunidades começam a
aparecer. O jogo é bom e o primeiro gol esta cada vez mais maduro.
Com direito a “ola” e vários gritos de exaltação a arquibancada
dita o ritmo do jogo, principalmente quando a Venezuela tem posse de bola. A
qualidade do jogo se dá exatamente ao comportamento do adversário que não fica
somente na defesa e propõe o jogo o tempo inteiro.
Passamos dos trinta minutos e o jogo começa a ficar mais
nervoso pois o Brasil não consegue marcar o primeiro gol e volta e meia a Venezuela
aparece bem a frente do goleiro Alisson.
Imagino que não teremos vaias mas o torcedor começa a ficar
um pouco ansioso para ver o primeiro gol, mesmo a seleção criando várias
oportunidades.
Olha o gollllllllllll.....mas não valeu. Firmino fez falta
no defensor e o juiz marcou. O jogo fica aberto, tanto para o Brasil que
pressiona como para a Venezuela que começa a ter mais espaço no contra ataque.
Final de primeiro tempo em Salvador, alguns setores até
ensaiaram uma vaia mas o absoluta maioria do estádio aplaudiu e inclusive
arriscaram gritos de “Brasil, Brasil, Brasil”, agora é esperar que o gol saia
na segunda etapa.
Times voltam e Tite tira Richarlison e coloca Gabriel Jesus.
Rola a bola na Fonte Nova.
Opa, assim como aconteceu diante da Bolívia o jogo para logo
no início da segunda etapa para uma consulta ao VAR...Hoje sim, hoje sim...hoje
não. Segue o jogo 0x0.
Só para registrar, o torcedor definitivamente esta fazendo
sua parte, canta o tempo inteiro e ainda vaia quando a Venezuela toca a bola.
Só esta faltando o time retribuir esse carinho com uma apresentação mais
eficiente.
Tite tira Casemiro e coloca Fernandinho aos doze minutos do
segundo tempo.
Gol do Brasil, bela jogada de Gabriel Jesus e após bate
rebate ele toca na saída do goleiro...opa, vamos ter VAR. Tempo de apreensão,
vaias e “Hoje não” de novo. Após consulta ao seu equipamento o árbitro chileno
marca impedimento.
E para deleite dos santistas entra na Venezuela o baixinho
Soteldo. A torcida segue empurrando mas
já ouvimos gritos de “ah, é Cebolinha”. Tite ouviu e chamou o jogador para
conversa. Sai David Neres e entra o querido da galera. Everton Cebolinha.
Sai a renda na Fonte Nova, 39.622 torcedores para R$ 8. 734.
480,00 reais.
Passamos dos trinta minutos do segundo tempo e o time segue
sem conseguir furar a boa zaga venezuelana. E agora começamos a ver um
adversário que deslumbra a oportunidade de empatar com a seleção brasileira,
logo as quedas e as “contusões” afloram. O tempo passa.
O time brasileiro começa a externar uma certa ansiedade e
errar passes. E com exatos trinta e nove minutos do segundo tempo a torcida
começa a vaiar. Que não venham reclamar de falta de carinho pois esta faltando futebol na Bahia.
Bela jogada de Everton pela direita e Coutinho desvia para
dentro...gol do Brasil !!!
Calma que vai ter VAR de novo...opa, opa, opa...anulado de
novo.
É um mix de decepção e revolta dos torcedores mas estamos
vivenciando os novos tempos. Não queriam justiça plena no esporte, agora não
reclamem.
Árbitro assinala mais sete minutos e vamos até cinquenta e
dois minutos na segunda etapa.
Enquanto os brasileiros estão visivelmente nervosos a
Venezuela tenta cadenciar ao máximo
nesses últimos minutos.
Fim de jogo na Fonte Nova...0x0.
Agora sim, um pouco de vaias e justíssimas eu entendo.
Uma seleção burocrática, de pouco brilho e totalmente
previsível, assim foi o Brasil. Um grande aglomerado de jogadores globais que
além de não serem e não terem condições de se tornarem protagonistas, ainda não
justificam o real sentimento que essa camisa amarela aflora em tantos e tantos
brasileiros.
Que venha o Peru. Sábado em Itaquera, São Paulo.
Luciano Luiz