Escola fecha Abril com caminhada sobre autismo

São Caetano do Sul

30/04/2023  

Escola municipal de São Caetano fecha Abril Azul com caminhada de conscientização sobre autismo

 

Na tarde desta sexta-feira (28/4), os 9ºs anos da EMEFM (Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio) Arquiteto Oscar Niemeyer fizeram uma caminhada pelas ruas do Bairro Oswaldo Cruz para compartilhar com a comunidade as lições que aprenderam ao longo do Abril Azul, o Mês de Conscientização sobre o Autismo.  

 

“Ao longo de todo esse mês promovemos atividades sobre o tema e quisemos fechar o mês com a caminhada para sensibilizar também a população”, explica o diretor Edgar Casado. Ele conta que a escola dobrou o número de alunos autistas neste ano letivo: atualmente são 30 estudantes, dentre os 63 atendidos pela Educação Especial.

 

O diretor acredita que o aumento da procura de alunos com autismo seja o resultado do trabalho que tem sido realizado na escola. “Procuramos dar uma atenção individualizada aos alunos, adaptando as atividades conforme suas necessidades”, explica.

 

“Sou fã dessa escola”, elogia Fernanda Moreto Rodrigues, mãe do Francisco, 16 anos, aluno com diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista). “O Francisco é olhado não nas dificuldades, mas nas capacidades que ele tem”, atesta. “A escola está sempre aberta a nos ouvir e acolher nossas sugestões.”

 

Fernanda conta que a família se mudou do Rio de Janeiro para São Caetano por motivos de trabalho.  “Busquei referências e tive excelentes indicações da rede municipal de São Caetano no grupo de mães do qual participo.”

 

Chegaram à cidade em plena pandemia, no período de aulas online, e o apoio que a escola deu foi fundamental para que o Francisco pudesse se adaptar. “A escola respeitou os limites dele, sobretudo as dificuldades de acompanhar as aulas online, e preparava um material específico para ele estudar em casa”, diz Fernanda.

 

Hoje, Francisco está bem adaptado e progredindo. Acolhido pelos colegas, já foi capaz até de expressar seus sentimentos em relação à escola. “Eu tenho amigos aqui”, ele diz.  “Não acredito em escola separada”, afirma Fernanda. “Costuma-se dizer que o autista ´tem o mundo dele´. Isso não é verdade. O mundo do autista é o nosso mundo.”

 

Para a mãe de Francisco, a caminhada foi uma ação importante não apenas para conscientizar os moradores do bairro, mas os próprios alunos que se mobilizaram para a ação. “A gente espera que os alunos entendam e sejam multiplicadores, em suas famílias e na sociedade.”

 

Para Célia Luiza Monteiro, professora especialista da escola, a presença dos estudantes elegíveis aos serviços da Educação Especial é benéfica a toda a comunidade escolar. “Os alunos que aprendem a respeitar os colegas em suas diferenças se tornarão adultos melhores.”


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