Escolas municipais de São Caetano são selecionadas em projeto da
FAO, agência da ONU para o combate à fome
Três
escolas da rede municipal de São Caetano, EMEI Rosana Aparecida Munhos, EMEI
Cleide Rosa Auricchio e EMEF Anacleto Campanella, foram citadas como referência
de boas práticas em alimentação escolar pela FAO (Food and Agriculture
Organization of the United Nations), Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura.
As
experiências das escolas foram selecionadas para participar do projeto Making
school meals tasty (Tornando as refeições escolares saborosas), com o
objetivo de promover não apenas uma alimentação nutritiva, mas, também,
atrativas aos alunos. “Não só dietas saudáveis são cruciais para crianças
desenvolvimento e bem-estar, mas o usufruto da alimentação também faz parte do
direito à alimentação”, destacam os organizadores do projeto.
Com
esse objetivo, a FAO publicou diversas dicas para que as merendas escolares
sigam orientações nutricionais e sejam desfrutadas por todos os alunos. Para
cada dica, compartilhou exemplos reais de boas práticas já realizadas em
escolas. Conheça as experiências de São Caetano que foram escolhidas para
inspirar outras escolas no Brasil e no mundo:
CRIATIVIDADE
A
orientação da FAO é: “Seja criativo com a apresentação do prato e as escolhas
alimentares para tornar as refeições atraentes”. Para exemplificar essa dica,
uma das escolas selecionadas foi a EMEI Rosana Aparecida Munhos, que não apenas
presta atenção no preparo e na estética dos alimentos, mas busca envolver os
alunos em escolhas alimentares saudáveis. Por exemplo, o plantio de tomate
cereja surgiu de uma conversa com crianças que não haviam experimentado antes.
Além
disso, para garantir que as refeições sejam nutritivas, a equipe segue
orientações que promovem a substituição de açúcares e farinha branca por frutas
nas merendas.
AMBIENTE
“Apoie
um ambiente alimentar, que encoraje escolhas saudáveis e o prazer das
refeições” é outra dica da FAO. Na EMEI Rosana Aparecida Munhos, a equipe
encontrou uma forma inovadora de envolver os alunos nessas escolhas. “A escola
tem um espaço próprio para as crianças experimentarem, criarem, cozinharem e
descobrirem novas possibilidades com os alimentos. Chamamos esse espaço de
Cozinha Experimental”, relata a diretora Juliana de Carvalho Yamane.
E na Cozinha
Experimental convivem ainda outros aprendizados, como Ciências, Artes e
História. Recentemente, as crianças tiveram a oportunidade de investigar os
processos que resultam na borra de café. Participaram da preparação da bebida
e, depois, fizeram uma atividade artística, utilizando a borra de café como
pigmento. “Na semana que vem vamos produzir um pão de mandioca, dentro da
proposta de estudar os povos originários”, conta a diretora.
FAMILIARIDADE
“Prepare
refeições com pratos e sabores que são familiares às crianças” é outra dica da
FAO para motivar os alunos a se alimentarem bem na escola. A EMEF Anacleto
Campanella compartilhou o cardápio da merenda escolar, repleto de alimentos
naturais, nutritivos e bem brasileiros, como arroz, feijão, mandioca e frutas,
e conquistou os organizadores do projeto.
SUSTENTABILIDADE
“Promova
preparações mais sustentáveis que também sejam deliciosas”, orienta a FAO.
Segundo a organização da ONU, estima-se que 17% dos alimentos do mundo sejam
desperdiçados no varejo e no consumidor. “É essencial que a vontade de reduzir
ou eliminar o desperdício de alimentos seja desenvolvida desde muito cedo e
incentivada nas escolas”. É o que a EMEF Anacleto Campanella tem feito. A
escola tem desenvolvido projeto que busca reduzir o desperdício de alimentos,
conscientizando os alunos e abordando o tema nas aulas de Ciências. “Observamos
quais os alimentos que foram mais desperdiçados, e buscamos fazer um trabalho
de incentivo ao consumo desses pratos, convidando as crianças a experimentarem
novos sabores. De março para cá já conseguimos uma redução de desperdício de 11
para 3kg”, comemora a diretora Andrea Moreno Castillo.
HORTA
“Use
hortas escolares para familiarizar as crianças com alimentos nutritivos”,
recomenda a FAO. Segundo a organização, as hortas escolares são uma
maneira prática e excelente para as crianças aprenderem sobre alimentação,
dietas e nutrição, mudando até as atitudes das crianças em relação a alimentos
nutritivos, como frutas e vegetais. É o que tem acontecido na EMEI Cleide Rosa
Auricchio. Lá, por meio do projeto “É gostoso comer bem”, as crianças têm a
oportunidade de plantar e colher hortaliças que serão utilizadas em receitas ou
incluídas no cardápio. Segundo a coordenadora pedagógica Mércia Ferreira, a
participação ativa das crianças no pomar incentiva o consumo desses alimentos.
Para
ver todas as escolas selecionadas, clique no link: https://www.fao.org/interactive/school-cooks-experiences/en/