Fábio Carille aceita proposta do Futebol Árabe

Futebol

23/05/2018  

Agora é definitivo. Fábio Carille não é mais o técnico do Corinthians. Na noite desta terça-feira (22), às 20h10 (horário de Brasília), a diretoria alvinegra confirmou à saída de Carille para o futebol da Arábia Saudita. Ao contrário do que todos pensavam, o treinador não foi para o Al-Hilal e sim para o Al-Wehda. O acordo foi firmado por duas temporadas. O site árabe Dawiri Plus confirmou à informação. O presidente Andrés Sanches também cravou a negociação.



Para a sequência dos trabalhos, o auxiliar Osmar Loss assume o comando técnico do Timão, a partir desta quinta-feira, contra o Millonarios, da Colômbia, pela Libertadores, na Arena Corinthians. Em virtude da quebra de contrato, o Corinthians irá receber dois salários (vigente na multa), que é de R$ 600 mil. O contrato de Fábio Carille estava previsto até o fim de 2019.



A carreira de Carille no Corinthians é de quase 10 anos. Chegou em 2009, sendo auxiliar permanente. Ajudou muito o atual técnico da Seleção Brasileira e ídolo mosqueteiro, Tite, principalmente na montagem defensiva dos times. Assumiu o comando técnico da equipe no final de 2016, após turbulências na era Roberto de Andrade, quanto à definição de um novo técnico. Mas a diretoria corintiana apostou na política do bom e barato. Deu certo. O jovem comandante conquistou dois Campeonatos Paulista (2017 e 2018) e o Campeonato Brasileiro do ano passado. Reergueu um time que estava completamente sem padrão de jogo e desacreditado após a era Tite, principalmente nos meandros de 2016. Muitos corintianos não imaginavam o clube sem o "papa-títulos". Mas Fábio Carille mudou este cenário de incertezas. Assumiu o time e pouco a pouco, do seu jeito retraído, sem muitas palavras, foi encorpando o time. Teve a seu favor a segunda maior sequência sem derrotas na história do Corinthians, com 34 partidas de invencibilidade. Os jogadores foram "comprando" a ideia de Carille e entendendo às limitações, sem grandes estrelas. O técnico ia de "grão em grão" conquistando vitórias magérrimas, mas importantes para a manutenção de tal invencibilidade e também trazendo confiança ao fanático torcedor, que por consequência, "comprava" a mesma ideia do elenco. Como dizemos no dito futebolístico, Fábio Carille "fechou a casinha" e alcançou suas metas dentro de um clube exigente e sem espaço de tempo para erros. Erros? Foram mínimos com Carille. Uma desclassificação na Copa do Brasil, nos pênaltis e também na Sul-Americana de 2017. Contudo, não poupou os esforços para erguer o Corinthians no topo do campeonato mais disputado do mundo, em âmbito de equipes postulantes ao título, o Brasileirão. Foi campeão, resgatou o futebol do desacreditado Jô, deu oportunidade a Rodriguinho, incutiu à mentalidade de Romero que ele era de suma importância taticamente e fez do paraguaio um dos jogadores mais voluntariosos não só do Timão, mas como do futebol praticado em solo tupiniquim. Um atacante recordista de gols na Arena Corinthians, mas muito participativo na retomada das jogadas, voltando para marcar no campo de defesa. Ajudou o camisa 11 a entender o espírito corintiano em campo e hoje ele é um dos grandes xodós da fiel. Veio 2018 e Carille seguiu sua toada na "surdina". Sem grandes investimentos, usou sua filosofia de trabalho, na manutenção do seu trabalho. Foi novamente Campeão Paulista, deixando o time confortável na Libertadores, após o acachapante 7 a 2 no Deportivo Lara, da Venezuela e alavancou o time à terceira colocação do certame nacional, dentro de suas metas, antes do início da Copa do Mundo. Agora, cabe a Osmar Loss dar sequência. E ele, assim como seu jovem mentor Carille, tem competência para tal. Boa sorte a Fábio Carille no mundo árabe.



Alexandre Cardillo.


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