O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, abriu a 13ª Reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol. O encontro foi realizado de forma híbrida na quinta-feira (17) e reuniu representantes de entidades públicas, da sociedade civil, clubes e especialistas.
Em sua fala inicial, Ednaldo Rodrigues reforçou o papel do GT como espaço de articulação para políticas de permanência e apoio a grupos historicamente excluídos. “O futebol deve ser um campo de inclusão, dignidade e respeito. Seguiremos fortalecendo essa luta coletiva”, afirmou o presidente da CBF.
Ednaldo contou sobre a importância do trabalho contínuo do GT para a proposição de ações concretas que resultem em oportunidades para pessoas negras, historicamente marginalizadas pelo racismo estrutural presente na sociedade e no futebol. “Quando assumimos a CBF, em março de 2022, realizamos em agosto do mesmo ano o I Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, que deu origem a esse Grupo de Trabalho permanente. Estamos conscientes de que não basta denunciar o racismo, é necessário oferecer oportunidades para quem, historicamente, teve portas fechadas”, destacou.
Além do presidente da CBF, o diretor de competições da entidade, Júlio Avellar, o gerente de desenvolvimento do futebol, Ricardo Leão, a gerente geral jurídica, Regina Sampaio, o coordenador de Antirracismo e Diversidade, José Nilton Júnior, e o coordenador jurídico, João Perez, participaram presencialmente da
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, abriu a 13ª Reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol.Créditos: Joilson Marconne / CBF
Remotamente, marcaram presença representantes de diferentes instituições, como a líder da Aliança do Esporte pela Vida de Mulheres e Crianças, Daniela Grelin, a promotora do MP-MG, Denise Guerzoni, o procurador do MPT-RS, Bernardo Schuch, o Tenente-Coronel da PM-BA, Elbert Vinhático, e o ex-goleiro Aranha, além de representantes de Grêmio, Internacional, Bahia, Sport e Atlético Mineiro, pesquisadores e lideranças sociais.
Novas Bolsas para o Projeto “Professoras Pretas”
No evento, Ednaldo Rodrigues anunciou a concessão de 19 bolsas de estudo no âmbito do programa “Professoras Pretas”, iniciativa da CBF em parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol e a CBF Academy/IDP. As beneficiárias terão acesso a cursos de licença e apoio logístico para atuar em diferentes regiões do país.
"Honrando o compromisso firmado na abertura do edital do programa, em setembro de 2024 durante a 11ª Reunião do GT, colocaríamos recursos da própria CBF para satisfazer a demanda por bolsas de treinadoras negras. Estamos reforçando o orçamento do projeto para ampliar o número de bolsas concedidas e financiar, conforme a necessidade das bolsistas, os custos logísticos associados à participação delas nas diferentes regiões do país estamos concedendo bolsas para todas as 19 candidatas, complementando o orçamento do projeto para totalizar um investimento de R$160 mil", anunciou Ednaldo.
13ª Reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol.Créditos: Joilson Marconne/ CBF
Competições
Na sequência, o diretor de competições, Júlio Avelar, apresentou as atualizações do Regulamento Geral de Competições (RGC) de 2025, que estabelece políticas de prevenção e combate ao assédio nos estádios e protocolos antirracistas.
Por sua vez, o gerente de projetos, Ricardo Leão, destacou a criação da Liga CBF Transforma de Futsal Feminino Sub-13, realizada em março, que contou com a introdução de políticas inéditas, como a nomeação de um oficial de salvaguarda e a implementação de ações formativas e de mecanismos de denúncia voltadas para a proteção de atletas e comissões técnicas.
A equipe campeã, Daminhas da Bola, representou o Brasil na Liga CONMEBOL Evolução no Paraguai e participou do lançamento da “Aliança do Esporte pela Vida de Mulheres e Crianças”.
Ricardo destacou também a organização da Liga de Desenvolvimento CBF Transforma 2025, competição realizada no Rio Grande do Sul e disputada por 24 equipes nas categorias Sub-13 masculino, Sub-14 e Sub-16 feminino, que promoveu formações sobre racismo para aproximadamente 600 pessoas, entre atletas e comissão técnica, em parceria com a Federação Gaúcha, Odabá, Observatório e MPT-RS.
O procurador do MPT-RS, Dr. Bernardo Schuch, apresentou a revista em quadrinhos “Antirracismo Futebol Clube”, desenvolvida em parceria com a CBF e o Observatório. O material, voltado à formação de crianças e adolescentes, será amplamente distribuído por meio dos parceiros da iniciativa.
Outro destaque foi o anúncio do trâmite de um Projeto de Lei para a criação do Dia Nacional de Combate à LGBTfobia no Futebol, proposta feito por Onã Rudá, fundador do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+.
A reunião reafirmou o papel estratégico do Grupo de Trabalho como espaço de escuta, articulação e proposição de ações concretas. A continuidade desse trabalho é essencial para garantir que o combate ao racismo e a qualquer forma de violência no futebol vá além do discurso.
O GT segue comprometido em promover ações afirmativas que ampliem o acesso, mas também em pensar políticas de permanência e suporte para que essas pessoas historicamente excluídas possam se manter, crescer e transformar os espaços que conquistam. Mais do que nunca, é necessário fortalecer a luta coletiva contra todas as formas de opressão, fazendo do futebol um campo de inclusão, dignidade e respeito.
Fonte: CBF