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Quarta-feira, 06 de Novembro de 2024
Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade, e Raquel Kochhann, do rugby, serão os porta-bandeiras do Brasil na Cerimônia de Abertura de Paris 2024

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Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade, e Raquel Kochhann, do rugby, serão os porta-bandeiras do Brasil na Cerimônia de Abertura de Paris 2024

Paris 2024

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Dois sobreviventes, campeões no esporte e vida, terão a honra de conduzir a bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Isaquias Queiroz, único brasileiro até hoje a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos, e Raquel Kochhann, uma das líderes da seleção feminina de rúgbi e recém-recuperada de um câncer, foram escolhidos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para representar a delegação no desfile pelo Rio Sena no dia 26 de julho.

Isaquias e Raquel são filhos de cidades pequenas e ganharam o mundo através do esporte. O baiano, que quase morreu ainda criança e tem apenas um dos rins, fez das canoas dos pescadores de Ubaitaba instrumento para ganhar quatro medalhas olímpicas e popularizar a canoagem velocidade: duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e um bronze (C1 200m)  na Rio 2016 e um ouro em Tóquio 2020 no C1 1000m. Defenderá o título na prova e ainda competirá no C2 500m.

“Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro. Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por poder representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil. Botar nossas garrinhas para fora. Com certeza, depois de Paris, o pessoal vai ter mais conhecimento sobre essa grande modalidade. É uma experiência incrível poder representar o seu país. Eu tive a oportunidade no Rio de fazer o fechamento. Mas agora, ser o porta-bandeira na abertura, vai ser uma coisa muita especial”, disse Isaquias Queiroz, de 30 anos.

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O rugby é um dos esportes mais populares da França, sede desta edição olímpica, mas ainda tem muito potencial para crescimento no Brasil. E Raquel personifica toda a garra das mulheres que estão representadas quantitativamente em igualdade pela primeira vez nos Jogos.

Natural da pequena Saudades, no Interior de Santa Catarina, sonhava em marcar gols no futebol. Encontrou-se vestindo outra amarelinha. Chegou à seleção e liderou as Yaras, como são conhecidas as jogadoras da seleção feminina, desde que o rugby sevens entrou para o programa, na Rio 2016. Um pouco antes da segunda participação, em Tóquio 2020, descobriu um caroço que se revelaria um câncer de mama.

Encarou mastectomia, quimio e radioterapia de cabeça erguida, mantendo-se em atividade, e voltou ao alto rendimento. Em dezembro de 2023 foi novamente convocada para a seleção, e agora celebra a volta ao palco olímpico carregando o pavilhão de um Time Brasil majoritariamente feminino, com 153 mulheres dentre os 276 classificados.

“Ser atleta olímpico é difícil. Essa sensação de estar na frente, levando a bandeira para o mundo inteiro ver numa Cerimônia de Abertura é algo que não consigo explicar em palavras. A minha ficha ainda não caiu, acho que só quando eu estiver lá para saber o que vou sentir.”

“No Brasil a gente trabalha muito para que o rugby cresça e ganhe seu espaço. A gente sabe que a realidade do nosso esporte não é ter uma medalha de ouro numa Olimpíada por enquanto, apesar de termos esse sonho. Mas sempre vi que quem carrega essa bandeira tem uma história incrível, com medalhas de ouro, e representa uma grande conquista. Muito obrigada de verdade por essa honra. Vou dormir com essa bandeira do meu lado” disse Raquel, bronze nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015.

 

“Tanto Isaquias quanto Raquel representam os valores olímpicos e são expoentes de excelência e respeito. São inspiração para os atletas brasileiros, e estamos todos muito satisfeitos em vê-los carregar a bandeira nacional ao longo do Rio Sena”, afirmou o Presidente do COB, Paulo Wanderley.

 

“Nós teremos um grande desafio esportivo nos Jogos Paris 2024, e ter duas grandes figuras do esporte e da vida como representantes máximos na Cerimônia de Abertura certamente vai ajudar nossa delegação”, emendou o Chefe da Missão Brasileira, Rogério Sampaio, campeão olímpico no judô nos Jogos Olímpicos Barcelona 1992.

Isaquias finaliza sua preparação em Portugal e viaja à França pontualmente para participar da cerimônia. As disputas da canoagem velocidade ocorrerão no Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, a cerca de 30km de Paris, apenas na segunda semana dos Jogos. O baiano estreará no dia 6 de agosto, nas eliminatórias do C2 500m. A estreia individual no C1 1000m será no dia 7.

O rugby brasileiro está no Grupo C e abre a jornada de competições no Stade de France com duas partidas no dia 28. De cara enfrenta a França, dona da casa, e na sequência encara os Estados Unidos. No dia 29 o time pega o Japão.

Em Paris o Time Brasil conta com a quarta maior delegação de sua história, com 276 integrantes, atrás apenas de Pequim 2008, Rio 2016 e Tóquio 2020. Deste total, 55% são mulheres, pela primeira vez maioria no grupo de classificados.

A Cerimônia de Abertura inaugura oficialmente os Jogos, mas o Time Brasil inicia as disputas de futebol e handebol feminino e classificatórias de tiro com arco antes mesmo de a chama ser acesa no Trocadéro, na capital francesa.

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