Mais que uma vitória com gol nos acréscimos, o êxito diante da Colômbia mostrou uma postura diferente da seleção brasileira. Evidente que não tivemos um jogo primoroso de rara beleza, mas o que se viu no gramado do estádio Mané Garrincha em Brasília foi um time que mostrou mais “fome”.

Fome de vitória, fome de superação e acima de tudo um grupo que não se entregou diante de um adversário bom tecnicamente e principalmente em desculpas como o anti-jogo e a conivência da arbitragem.

O Brasil jogou como Brasil. Jogou dentro daquilo que o torcedor brasileiro se acostumou ao longo de sua existência.

Sei o que posso esperar de determinados atletas com a camisa da seleção brasileira e sei que os limites técnicos precisam ser respeitados, afinal de contas precisamos entender que definitivamente não temos mais “Ronaldos”, Ronaldinhos Gaucho””, “Rivaldos”, “Adrianos”, “Romários”, etc......

Temos uma safra boa de coadjuvantes onde os poucos protagonistas são inferiores ao padrão que em outros tempos nós víamos defender a camisa amarela.

Depois de vinte minutos quase que perfeitos o que presenciamos foi uma seleção frágil e assustada com o fato de ser agredida em sua casa, algo inimaginável até anos atrás.

Porém mesmo com a queda no ritmo acelerado e com o crescimento do adversário, o Brasil seguiu e lutou. Buscou equilibrar, equilibrou e provou a todos que acompanharam a partida que podemos entregar muito mais ao longo dos jogos.

Vimos jogadores se superando e lutando por cada bola.

Novamente o torcedor brasileiro mostrou ser absolutamente diferente daquilo que muitos se doam e entregam para suas equipes individualmente.

Sem uma liderança, gritos ou referência, dependemos de ações dos próprios atletas para impulsionar uma resposta da arquibancada. Evidente que isso faz diferença.

Exceção a insegurança do goleiro Alisson o sistema defensivo reagiu muito bem no jogo. Tanto as laterais como os dois zagueiros.

Após a saída do excelente Gerson o Bruno Guimarães soube atender a expectativa de muitos e fez uma de suas melhores partidas com a camisa da seleção.

O quadrado de ataque até começou bem o jogo, mas logo foi se rachando com a distância que se criou diante da boa atuação de Vini Jr e Rafinha e o nervosismo e individualismo do Rodrygo e a falta de estrela do João Pedro.

Principalmente do meio de campo para a frente os atletas precisam definitivamente entender que a régua na seleção brasileira é muito alta e não chegando no patamar desejado as críticas e vaias serão inevitáveis.

Mesmo com todas essas ressalvas eu saio do Mané Garrincha muito esperançoso com a seleção brasileira e o meu coração me dá uma sensação que esta partida é a mudança de chave que o Brasil precisava. E quando menciono a mudança de chave, não me refiro a uma classificação para a Copa do Mundo, já que ficar de fora do Mundial nunca passou na minha cabeça, mas vejo sim uma possibilidade de iniciarmos novos tempos para a solidificação do projeto do hexacampeonato.

Que chegue logo a terça feira e que toda minha expectativa se confirme diante da Argentina em Buenos Aires, disparado o maior desafio de toda a eliminatória sul-americana.

Bora Brasil !!!