O primeiro Super Campeonato Mundial de Clubes da FIFA não tem alcançado a procura que os organizadores imaginavam entre os apaixonados pelo futebol em todo o planeta e os motivos são vários. Reputo que por ser o primeiro, muitos olham com cara de piloto e sem tanta certeza que venha a se consolidar no calendário do futebol. Os clubes europeus, que por motivos óbvios são os mais badalados chegaram em um ritmo de passeio após temporadas longas e desgastantes. O local escolhido para sediar a competição tem a modalidade futebol como a quarta ou quinta mais popular do país e isso faz muita diferença. Os índices de audiência pelo mundo através das diversas plataformas que acompanham o evento registram dados interessantes que evidenciam que a procura está baixa diante de uma expectativa dos canais e veículos. A obrigatoriedade do visto para entrada no país também afastou um grande número de torcedores e um outro fator que pode ter tirado muitas pessoas dos Estados Unidos é um pouco mais sério, porém relevante, que é o fator do momento atual que o mundo atravessa com duas guerras em curso e a presença dos americanos em meio aos desdobramentos dos conflitos, gerando um temor de ataques terroristas, mesmo com todo o aparato de seguranças que os Estados Unidos estão utilizando na organização do Mundial de Clubes.
Dentre as quatro equipes brasileiras, evidentemente existe uma grande euforia pela participação no torneio, mas confesso que imaginava que fosse existir uma procura maior dos torcedores e talvez até os rivais dando uma secada, mas o que temos visto é um acompanhamento muito distante de todas as partidas.
Para quem vive o futebol é muito enriquecedor ver alguns jogos que não estamos acostumados a assistir de escolas bem diferentes desse mundo cada vez mais globalizado. Hoje temos atletas de todas as partes do planeta jogando em todo o planeta e isso nos mostra que o esporte perde um pouco em determinadas características culturais de cada país, para um padrão quase que linear de atividade, onde o recurso da qualidade técnica e o poder econômico de investimento direciona o tamanho da representatividade de cada clube.
O próximo Mundial de Clubes que irá ocorrer em 2029 na Europa e muito provavelmente na Espanha, já que existe um desejo dos organizadores e de dirigentes locais que já se colocaram a disposição na FIFA, já que farão parte das sedes da Copa do Mundo de países que ocorrerá em 2030 no Uruguai, Paraguai, Argentina, Portugal, Marrocos e a Espanha.
E com o amor incondicional dos europeus pelo futebol e a proximidade para deslocamento de torcedores de todos os países do bloco a tendência é que tenhamos uma procura maior pelo evento, além é claro do fato de ser uma segunda edição e consequentemente uma certeza de perenidade da competição.
