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Segunda-feira, 19 de Maio de 2025
Novo modelo de transmissão reduz abismo financeiro no futebol brasileiro

Esportes

Novo modelo de transmissão reduz abismo financeiro no futebol brasileiro

POR ROBERTO MAIA

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O Campeonato Brasileiro de 2025 inaugurou uma era transformadora nas
transmissões esportivas. O modelo que vigorou até 2024 e que gerou
disparidades financeiras colossais entre clubes, agora dá lugar a um sistema
que promete maior equilíbrio e sustentabilidade para o futebol nacional.
Em 2024, enquanto o Flamengo arrecadou impressionantes R$ 292 milhões
com direitos de transmissão, o Athletico-PR precisou se contentar com meros
R$ 30 milhões — uma diferença estratosférica de R$ 262 milhões. Esta
desigualdade não apenas desequilibra a competição, mas também
compromete o desenvolvimento sustentável do esporte no país.
A boa notícia é que as ligas Libra e Liga Forte União (LFU) conseguiram
estabelecer acordos que prometem atenuar essas discrepâncias. Para 2025,
projeta-se que a amplitude financeira entre clubes será reduzida, com as
equipes recebendo entre R$ 80 milhões e R$ 200 milhões.
Um dos avanços mais significativos foi a união inédita entre Libra e LFU para
negociar conjuntamente os direitos da Série B. Esta colaboração sinaliza
maturidade institucional e pode representar o embrião de uma futura unificação
do futebol brasileiro. Na prática, os clubes da segunda divisão terão jogos
transmitidos pela Disney+, RedeTV!, Kwai e canal Desimpedidos, ampliando
consideravelmente sua exposição midiática.
Para a Série A, cada liga seguiu seu caminho, mas com interessantes
sobreposições. A Libra fechou exclusividade com a Globo para seus nove
clubes associados — um acordo de aproximadamente R$ 1,1 bilhão anuais,
podendo alcançar R$ 1,3 bilhão conforme o desempenho no pay-per-view. Já a
LFU optou por diversificar. Além da Globo, fechou com Record/CazéTV e
Amazon Prime Video, fragmentando suas transmissões entre múltiplas
plataformas.
Esta pulverização de transmissões representa uma revolução no consumo do
futebol brasileiro. O torcedor, antes limitado praticamente à Globo, agora terá
diversos canais e plataformas à disposição. Contudo, isso também significa
que precisará navegar entre diferentes serviços para acompanhar todos os
jogos de seu time.
A Lei do Mandante foi crucial nesta transformação, permitindo que clubes
negociassem individualmente seus jogos como mandantes. O resultado é um
modelo híbrido que, embora mais complexo, tende a ser financeiramente mais
equilibrado para o ecossistema do futebol brasileiro como um todo.

Curiosamente, a Globo, tradicional detentora dos direitos do Brasileirão, ficou
de fora da Série B em 2025, encerrando uma parceria histórica. Esta ausência
evidencia como o mercado está se reconfigurando e abrindo espaço para
novos players.
O novo modelo também trará impactos diretos na experiência dos torcedores.
Enquanto alguns lamentarão a necessidade de assinar múltiplos serviços,
outros celebrarão o maior acesso a jogos gratuitos em plataformas como
YouTube (CazéTV) e Kwai. A RedeTV! voltando ao futebol nacional também
representa uma expansão significativa do alcance do produto para públicos que
não assinam TV por assinatura. A emissora transmitirá dois jogos por rodada
na TV aberta.
Os desafios não são poucos, naturalmente. O Athletico-PR já busca renegociar
termos com a Libra, indicando que nem todos estão satisfeitos com o modelo
proposto. A divisão das receitas de pay-per-view e a distribuição baseada em
performance continuarão sendo pontos de tensão entre clubes de diferentes
portes e regiões.
Vale observar também que este novo cenário não surge apenas de uma
consciência coletiva sobre equidade, mas principalmente da pressão
competitiva internacional. Com ligas europeias cada vez mais ricas e
organizadas, o futebol brasileiro precisava urgentemente se reinventar para
manter sua relevância global e capacidade de reter talentos.
O caminho para um futebol brasileiro verdadeiramente equilibrado ainda é
longo, mas os acordos para 2025 representam um passo significativo na
direção correta. Pela primeira vez em décadas, vemos um horizonte onde a
competitividade financeira pode finalmente se refletir em maior equilíbrio
técnico dentro das quatro linhas.

 

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ROBERTO MAIA É JORNALISTA, ESCRITOR, CRONISTA ESPORTIVO E EDITOR DO
PORTAL TRAVELPEDIA.COM.BR

FONTE/CRÉDITOS: Com o novo modelo de direitos a partir de 2025, a TV Globo manterá exclusividade sobre jogos dos clubes da Libra, mas perderá o monopólio que manteve por décadas sobre o futebol nacional. (Foto: Reprodução TV Globo)
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