No jogo mais esperado da 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, tido por muitos como uma final antecipada, Flamengo e Cruzeiro fizeram o que se espera dos times que brigam pela liderança. Apesar de um primeiro tempo aquém, realizaram um jogo movimentado nesta quinta-feira no Maracanã, com muitas disputas, chances criadas e um duelo tático interessante dos dois treinadores, porém o placar não foi movimentado, se mantendo zerado os 90 minutos e frustrando as duas torcidas.
Alternando entre empates e vitórias, o Flamengo desperdiçou a chance de se isolar ainda mais na liderança da competição, ainda mais em um confronto direto, chegando a 55 pontos e com um jogo a menos a ser disputado. Mesma situação do Cruzeiro, que não vence há duas partidas e perdeu a chance de seguir na vice-liderança e colar no rival, ocupando a terceira colocação, com 51 pontos. Óbvio, quem agradece pelo resultado foi o Palmeiras, que é o segundo colocado com 52 e tem dois jogos a menos a cumprir.
O duelo foi marcado por reencontros de ex-rubro negros. Agora vestindo as cores azuis de Belo Horizonte, foi a primeira vez que Fabrício Bruno e Gabigol reencontram a torcida flamenguista no Maracanã. Eles foram até o vestiário do Flamengo cumprimentar ex-colegas, comissão técnica e funcionários. O atacante foi bastante ovacionado pelos torcedores, com quem mantém grande idolatria, mesmo com a saída em baixa no fim do ano passado, que pelo visto recaiu sobre a antiga administração.
Além disso, a partida marcou um recorde de público no Brasileiro deste ano e do novo Maracanã, com 72.565 torcedores presentes nas arquibancadas.
Se esperava mais do duelo entre as equipes. Com grande poderio técnico e ofensivo, o confronto foi marcado por muitas disputas de espaço e faltas que quebravam o ritmo intenso que ambos buscavam propor.
O Flamengo foi quem buscou ter mais iniciativa, pressionando no campo de ataque, mas não conseguia traduzir seu volume em chances reais de gols. Enquanto o Cruzeiro alternava entre a marcação alta e o bloco baixo, mas sem conseguir encaixar uma transição efetiva.
Com o passar do tempo, o jogo ficou numa trocação franca e foi aí que os mineiros conseguiram incomodar a defesa e ter a melhores chances na primeira etapa. Em uma blitz, Kaio Jorge obrigou Rossi a espalmar, Christian parou no goleiro.
A bola ainda sobrou para o artilheiro do Brasileirão, que carimbou Alex Sandro. Na reta final, o Flamengo levantou a torcida, em cabeçada de Arrascaeta, passando rente à trave de Cássio.
Os times voltaram sem mudanças do intervalo e a segunda etapa voltou mais animada, com ambos se expondo e arriscando mais à gol. Carrascal cruzou na cabeça de Lino, para grande defesa de Cássio.
Na resposta, Matheus Pereira serviu Kaio Jorge, que esquentou as luvas de Rossi. Movimentada, o Flamengo conseguiu duas grandes chances com Plata em sequência, as duas parando no goleiro mineiro. O jogo tático se sobrepunha ao confronto técnico.
Apesar de algumas individualidades aparecerem, a efetividade passava longe do ataque, mesmo com um bom volume ofensivo por parte das duas equipes. O duelo pegou fogo quando William recebeu o segundo amarelo e deixou o Cruzeiro com um a menos, aos 37 minutos.
A expulsão fez o Cruzeiro mudar sua estratégia. Gabigol, que tinha acabado de entrar, ficou isolado no ataque. O Flamengo ensaiou uma pressão no final, mas sem espaço, abusou dos cruzamentos, que obviamente não surtiram efeito prático, com o empate permanecendo até o fim.
O Flamengo agora volta a campo no domingo, às 18h30, quando visita o Bahia na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, em Salvador (BA). Ainda no domingo, porém às 20h30, o Cruzeiro recebe o lanterna Sport, no Mineirão, em Belo Horizonte (MG).